Your Ad Here

Thursday, May 26, 2011

Análise SWOT

Qualquer empresa ou organização terá que ter um plano estratégico definido, sendo a análise SWOT um importante instrumento para recolher conteúdo para esse documento. Na verdade, existem muitas organizações sem plano estratégico formal, a sua formalização é o ponto de partida para a definição de objectivos comuns.

O que é então uma análise SWOT?
Há já algumas décadas Michael Porter desenvolveu esta análise como uma ferramenta para auxiliar na elaboração de um plano estratégico, devido à sua simplicidade e ao conteúdo de valor que normalmente retorna, rapidamente foi adoptado pela maioria dos gestores e técnicos.
Esta ferramenta é composta por 4 componentes:
S - Strength que traduzido significa forças: as forças são as vantagens que a nossa entidade tem face ao mercado e/ou concorrentes. As forças devem ser as relevantes, aquilo que realmente distingue esta entidade das restantes, algo que cria valor.
W - Weakness que traduzido significa fraquezas: as fraquezas são normalmente questões que a entidade tem mais dificuldade em lidar face aos concorrentes. Um exemplo: Elevado endividamento, poderá ser uma fraqueza face ao mercado e à concorrência, em sectores onde o endividamento seja necessário, esta empresa terá menor capacidade de endividamento futuro.
O - Opportunities que traduzido significa oportunidades: são as oportunidades existentes num determinado momento, esta avaliação revelerá possíveis caminhos a seguir pela organização. Um exemplo de uma oportunidade poderá ser o investimento num equipamento para fabricar um novo produto.
T - Threats que são as ameaças: neste capítulo existem ameaças constantes dentro de cada indústria e/ou organização. Somente para dar um exemplo, uma alteração de legislação ambiental, poderá para algumas indústrias ser uma ameaça, se para cumprir com a legislação obriga a investimentos avultados. Ou seja o sucesso da empresa será gravemente ameaçado se a conjuntura em que opera se encaminhar de uma determinada forma.

Uma análise SWOT é normalmente um documento não muito extenso, na maioria dos casos, meramente foca os pontos principais, havendo anexos que acompanham este documento onde justifica ou alarga a análise do seu conteúdo. É sem dúvida uma ferramenta indispensável no planeamento estratégico, e algo que todos devem analisar com cuidado.

Como elaborar uma análise SWOT?
Como uma análise SWOT é um resumo de toda a organização, tenho no passado, procurado junto de diversos departamentos dentro da empresa uma SWOT análise da empresa vista numa óptica departamental. Isto tem sido útil, pois a análise SWOT utilizada para elaboração do plano estratégico da empresa e a definição de objectivos estratégicos, será uma versão compilada nas várias ópticas existentes. A entidade ou organização é avaliada em diversas ópticas conforme a área de actuação de cada gestor. Obviamente que o gestor comercial terá uma óptica de mercado e de produto, bastante mais próxima da realidade que o gestor dos aprovisionamentos. É numa análise conjunta de toda a organização que deve constar numa análise SWOT da entidade ou organização.

Thursday, May 19, 2011

Portugal e a entrada do FMI actualização

O que vai mudar em Portugal com a entrada do FMI, há relativamente pouco tempo elaborei um post sobre este tema, como ele é bastante actual, hoje consigo actualizar o post anterior, com base em informação e no acordo entretanto assinado entre a troika e três partidos portugueses, PS, PSD e CDS.
Há um ditado em inglês que diz : "...there is no free lunch ...", ou seja, ninguém nos vem dar nada, iremos sim é ter sobre o povo e sobre os governantes pressão exterior para cumprir o que foi acordado.
Quase todos os dias se ouve "troika", para quem não tem estado muito atento a troika, é o conjunto de três entidades que em conjunto vão emprestar cerca de 78 mil milhões de euros ao país para fazer face ao suas despesas correntes. O trio é constituído pelo BCE ( Banco Central Europeu ) , UE ( União Europeia ) e o FMI ( Fundo Monetário Internacional ), ou seja, politicamente estaremos reféns destas 3 entidades.
Os PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento) já forma elaborados gradualmente com muito do que normalmente é imposto pelo FMI aquando de uma intervenção, daí que os sucessivos PEC, significa que a crise financeira é mais grave que o que foi inicialmente previsto, sendo que o última versão era o PEC4. Na verdade é impossível um país viver sem conhecer a verdadeira profundidade do problema, e a aprovação do PEC4 seria o adiar da solução global para um problema cultural e económico que temos. Sim, os problemas financeiros que hoje vivemos, foi devido às facilidades que nos foram dadas ao longo dos últimos anos, as poupanças deixaram de se fazer e passámos a ser consumistas como em muitos países G7 acontece. Mas infelizmente, culturalmente e economicamente estamos muito longe, se não vejamos:
  • Temos um sistema de propriedade imobiliária das mais desajustadas da Europa, sendo que o sector da construção após os anos 90, entrou em crise, e em muitos dos países do G7 é este sector que vai gradualmente evoluindo e valorizando os activos, em Portugal hoje é difícil rentabilizar investimentos imobiliários, as taxas de rentabilidade são demasiado baixas para atrair investimento.
  • O arrendamento de imóveis é um sector limiar da nossa sociedade, devido às facilidades dadas nos últimos anos, o consumismo levou a muitos a construir ou comprar a sua própria habitação, sem que muitos tivessem meios para o fazer.
  • A Banca ajudou ao incentivar os seus colaboradores na vendas dos seus serviços, promoveu a facilitação de crédito, agregada à compra/subscrição de serviços, e facilitou o acesso à compra de casa e de outros bens
  • Culturalmente, somos um povo que invejoso por natureza, que gosta de mostrar riqueza exterior com recurso aos bens que temos, isto levou a um consumismo do "parecer" e não do "ser". Este efeito, notou-se não só nas construções efectuadas por particulares, como nas aquisições de casas e automóveis. E o efeito aconteceu sem darmos conta da realidade, se o fulano A comprou um, eu também quero um. E nalguns casos, nomeadamente em empresas familiares ou de média dimensão, estas também sofreram gradualmente este efeito de ego.
- Salários: nos últimos anos vivemos uma estagnação gradual e até redução dos salários, com um aumento constante de quase todos os bens, o poder de compra baixou, e muitos não deram conta deste efeito atempadamente, a reacção tardia, levou-nos ao ponto em que nos encontramos.

O que já alterou nas nossas vidas e o que irá continuar a modificar?
  • Grandes investimentos nacionais foram congelados, alguns digamos que nem o povo os entendia, se eram financiados ou não, alguém teria que pagar, o TGV para Madrid, era um deles, sabemos como andam as contas da CP, as empresas low-cost de aviação têm custos baixos para Madrid, tanto com saídas do Porto, Lisboa e Faro, e ainda por cima, esta ligação seria somente para passageiros e não mercadorias. Como iria o país rentabilizar este investimento? 
  • Corte nas prestações sociais: com grandes prejuízos para a classe média, que perdeu qualquer abono que tinha, leva a que os Portugueses pensem seriamente antes de ter filhos, pois por pouco que seja, ficámos com a ideia que o futuro seria mais sombrio para todos, com as previsões de desemprego em 13%, e com mais de 50% dos desempregados subsídio, e os que se encontram a receber irão possivelmente sofrer cortes .... digamos que ao nível das prestações sociais, o povo já começou a sofrer e tocou a mais de 500 mil, infelizmente irá alastrar a muitos mais;
  • Salários congelados: os salários da função pública em geral já se encontravam no congelador, veja-se o casos dos professores, possivelmente a classe onde existe mais injustiças, onde a antiguidade causa enormes desajustamentos face aos recém licenciados, que nem posto de trabalho têm garantido. E na verdade, em 2011, houve um corte na maioria dos vencimentos, e possivelmente não ficaremos por aqui em termos de possíveis cortes.
  • Limites nos benefícios fiscais: irá aumentar as receitas de IRS
  • Na saúde temos uma redução dos apoios na compra de medicamentos que já vamos sentindo há algum tempo e o aumento das taxas moderadoras que está previsto para o mês de Setembro 2011. 
  • Legislação do trabalho: já houve mais alterações ao código de trabalho nos últimos anos, que em toda a década anterior, e não ficará por aí, exige-se maior flexibilidade e facilidades no despedimento: o que poderá ou não reverter em despedimentos, acredito que as empresas estarão mais abertas a renovar o seu staff, procurando quadros e pessoas qualitativamente superiores a alguns elementos menos produtivos que tenham. O que irá criar mais justiça no âmbito do trabalho, o estatuto que a antiguidade tem dado aos trabalhadores, tem levado a situação de estagnação evolutiva em muitas organizações, e as empresas necessitam de pessoas que tragam novas ideias, actualização técnica, e dinamismo.
  • Alterações no IVA: já estiveram previstas num dos PEC, acredito que será uma questão de tempo, para que o IVA pago pelos contribuintes irá aumentar, é o imposto que mais rapidamente trás resultados práticos ao Estado.
  • Cortes nas pensões mais elevadas, até ao momento somente os salários foram penalizados, mas os cortes irão também chegar às pensões
  • Aumento de alguns preços de transporte e electricidade, ou por via do IVA, ou devido ao aumento dos factores de produção que cada um tem (aumento do petróleo), como são actividades reguladas, irão ajustar os preços cobrados ao aumento dos custos.
  • Haverá algumas boas notícias nas comunicações, pois poderemos já em Setembro 2011 sentir uma redução dos valores a pagar, e em especial uma alteração do sistema de contratualização actual, nomeadamente nos contratos de fidelização .... teremos que esperara para ver ....
Na generalidade, haverá mais medidas para além destas, mas uma coisa é certa, quem vai pagar esta crise serão infelizmente os mesmos ...